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2012 - Livro Vermelho 2013

Mollinedia eugeniifolia Perkins EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio: B1ab(iii,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Mollinedia eugeniifolia é tida, segundo literatura especializada, como uma espécie com distribuição pontual no Estado de Santa Catarina. Entretanto, há relatos de que ocorra também no Rio Grande do Sul. De qualquer forma, o número muito baixo de registros de herbário permite suspeitar que a espécie seja bastante rara em seus locais de ocorrência. Tem EOO de 285,84 km², e o número de situações de ameaça às quais encontra-se submetida não ultrapassa cinco. M. eugeniifolia vem sofrendo declínio contínuo na qualidade e extensão do seu hábitat, devido, principalmente, à expansão do município de Blumenau. Suspeita-se que a perda e a degradação do seu hábitat estejam acarretando uma diminuição do número de indivíduos da população.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Mollinedia eugeniifolia Perkins;

Família: Monimiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bot Jahrb. 27: 661. 1900. Espécie afim de M. howeana Perkins, porém diferem-se pelo formato do recptáculo, que é cupuliforme em M. eugeniifolia e plano em M. howeana, e pelas inflorescências, cimeiras trifloras simples em M. eugeniifolia e cimeiras arranjadas em panículas em M. howeana (Peixoto, 1987).

Distribuição

Endêmica do Estado de Santa Catarina (Peixoto, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos ou pequenas árvores (Peixoto, 1987); dióica, polinização entomófila e dispersão zoocórica (Peixoto, com. pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade very high
Detalhes Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade very high
Detalhes No Estado do Rio Grande do Sul, o desmatamento dos bosques naturais,especialmente da floresta estacional e da mata dos pinheiros, é uma dasconseqüências do modelo de desenvolvimento que sempre buscou novas fronteirasagrícolas e novas áreas para cultivo, promovendo o plantio até a borda doscursos d'água, com perda de vegetação ciliar, e implicando no uso de adubosquímicos de alta solubilidade e na aplicação de herbicidas e pesticidas. Aconseqüência imediata da retirada da cobertura vegetal foi a maior fragmentaçãodos ecossistemas e o aumento do processo erosivo. A longo prazo, tal situaçãolevou a sérios problemas associados, como perda da capacidade produtiva dasterras, redução nas colheitas, degradação física, química e biológica dossolos, aumento no custo de produção, assoreamento dos rios e reservatórios,redução na qualidade e disponibilidade da água, aumento no custo de tratamentoe danos à vida aquática. O domínio da Mata Atlântica ocupava, originalmente,cerca de 13 milhões de hectares (50% da superfície do Estado), tendo atualmenteremanescentes de mata e restinga que atingem apenas 600.000 hectares,aproximadamente, 5% da cobertura original. Outra conseqüência direta dodesmatamento abusivo tem sido o desaparecimento gradativo de espécies vegetaisde valor econômico e ecológico, das quais se destacam o pinheiro brasileiro, (Araucariaangustifolia), as canelas (Nectandra spp.), os angicos (Parapiptadeniarigida), os cedros (Cedrela fissilis), as grápias (Apuleialeiocarpa), as imbuias (Ocotea porosa), etc. O ecossistema campos,em área limítrofe com a Argentina e com o Uruguai, vem sofrendo fortedescaracterização em função da utilização intensiva para atividadesagropecuárias e com o incremento do uso de espécies vegetais exóticas para melhorar as pastagens naturais. Este processo destrói as característicasnaturais do ecossistema campo, colocando-as em risco de completa eliminação,apesar de sua importância ecológica. Cabe ressaltar a necessidade de seremadotadas soluções conjuntas, pois alguns desses locais formam corredoresecológicos. Nas áreas de restinga, junto ao Litoral do Estado do RS, hásituações bastante distintas em função de influências antrópicas erelativamente ao seu estado de conservação, no que se refere aos aspectos dabiodiversidade. O Litoral-Norte, que tem estreita relação com os remanescentesda Mata Atlântica, teve forte perda de suas características naturais, motivadaspor urbanização, além de outros fatores antrópicos de menor intensidade. NoLitoral Médio e no Litoral Sul, há uma ocupação principalmente com agriculturaextensiva e cultivos de florestamentos com espécies exóticas (principalmente Pinusspp.), embora nesses locais situem-se os dois principais redutos deimportância global do Estado: Parque Nacional da Lagoa do Peixe (sítio Ramsar,situado no Litoral Médio) e Estação Ecológica do Taim (no Litoral Sul). AEstação faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Sistema Lagunarda Lagoa Mirim, na fronteira com a República do Uruguai, situada junto àReserva da Biosfera de Bañados del Este. Nas duas áreas, além daintrodução de espécies exóticas, ocorre intensivo uso das áreas de entorno paracultivo de arroz irrigado. Aqui se salienta uma ameaça que vem se incrementandomais recentemente: a utilização de áreas para aqüicultura, compeixes/crustáceos exóticos, colocando-se em risco a rica diversidade biológicanativa regional (e, nesse caso, internacional) (Margareth et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Espécie considerada "Em Perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- PEIXOTO, A.L. Mollinedia eugeniifolia in Mollinedia (Monimiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB109613>.

- PEIXOTO, A.L. Revisão taxonômica do gênero Mollinedia Ruiz et Pavon (Monimiaceae, Monimioideae). Doutorado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1987.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. Senac, 2003.

- MARGARETH,V; COLLE, C.; CHOMENKO, L. ET AL. Projeto Conservação da Biodiversidade como fator de contribuição ao desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul - Diagnóstico das Áreas Prioritárias., p.17-20, 2005.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Mollinedia eugeniifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Mollinedia eugeniifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 18:06:41